Segundo o diretor-presidente do fundo, Cristiano Heckert, o desempenho é resultado da diversificação de carteira, que se beneficiou do elevado patamar da taxa básica de juros (Selic), e das contribuições dos 105 mil servidores
Em quatro meses, a Fundação de Previdência Complementar do Serviço Público (Funpresp) ampliou em cerca de R$ 1 bilhão o seu patrimônio atingindo, nesta quinta-feira, a marca de R$ 8 bilhões. Segundo o diretor-presidente do fundo, Cristiano Heckert, o desempenho é resultado da diversificação de carteira, que se beneficiou do elevado patamar da taxa básica de juros (Selic), e das contribuições dos 105 mil servidores. Para manter o crescimento do patrimônio, mesmo com a tendência de queda das taxas de juros, a aposta será adotar uma estratégia agressiva para aumentar o número de participantes diante da onda de concursos prometida pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck, já autorizou recentemente a abertura de 8.360 vagas neste ano e para que esses servidores façam adesão ao fundo é necessário todo um trabalho de convencimento.
Na avaliação de Heckert, esse contingente de servidores deve ter um reflexo para a Funpresp em 2024. Além de aproveitar a onda dos concursos públicos, a diversificação da carteira continua. Em julho, a Funpresp comprou R$ 27 milhões em títulos americanos e R$ 7 milhões em ouro. A medida está em linha com o plano de investimentos do fundo, que visa elevar a participação em ativos no exterior de 1,9% em 2022 para 4,2%, no período de 2023 a 2027.
Outra prioridade para 2023 é ter de 1,3% aplicado em ouro até 2027. Essa mudança na carteira será possível com a redução de participação em ativos como títulos públicos. O diretor de investimentos da Funpresp, Gilberto Stanzione, disse ainda que, em setembro, será feita uma licitação para credenciar dois fundos para compra de cotas em fundos imobiliários. O plano de investimentos de 2023 a 2027 prevê que os investimentos em fundos imobiliários representem 3% da carteira até o fim deste ano e 3,4% até 2027.
A Funpresp ainda negocia com o governo a possibilidade de ofertar serviços para Estados e municípios. Pela reforma da previdência, promulgada em 2019, os Estados e municípios com regime próprio de previdência são obrigados a ter previdência complementar aos seus servidores. A ideia é autorizar que o fundo dos servidores públicos também ofereça esse serviço, o que hoje é impedido. A iniciativa ajudaria na expansão do fundo de previdência dos servidores públicos. “É preciso ser alterada a lei ou editar decreto”, explicou Heckert.
Criada há dez anos, a Funpresp tem como objetivo atenuar o elevado déficit do regime de previdência dos servidores públicos, dando sustentabilidade ao sistema no longo prazo.
Fonte: Valor Econômico