Aditus indica que retorno médio das EFPC foi negativo em junho

Levantamento realizado mensalmente pela consultoria de investimentos Aditus junto a um grupo de 120 Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC), com patrimônio somado de R$ 307 bilhões, apurou que a rentabilidade média do grupo foi negativa em junho. Na média, as EFPCs tiveram perda de -0,26% no mês de junho e ganho de 5,03 no acumulado do ano (semestre). Em 12 meses, até junho de 2022, a rentabilidade média do grupo foi de 8,54% (ver quadro abaixo).

A consultoria mapeia os investimentos em 12 classes de ativos, seguindo os padrões de investimentos das EFPCs. Das 12 classes mapeadas, sete tiveram rentabilidades positivas e cinco tiveram resultados negativos em maio. Acontece que as perdas em duas dessas cinco classes, renda variável passiva e renda variável ativa, foram bastante expressivas, de -11,36% e -10,73%, respectivamente. Os três melhores resultados positivos de junho foram renda fixa tradicional, ALM (títulos públicos) e renda fixa crédito, com 1,02%, 0,96% e 0,80%, respectivamente. Os três piores resultados negativos foram renda variável passiva, renda variável ativa e FIPs, com -11,36%, -10,73% e -2,17%, respectivamente.

No semestre, os três melhores resultados positivos foram multimercados estruturados, ALM (títulos públicos) e renda fixa crédito, com 9,03%, 8,17% e 5,95%, respectivamente. Os três piores resultados negativos no semestre foram exterior-renda variável, renda fixa ativa e exterior renda fixa, com -26,18%, -8,83% e -7,94%, respectivamente. Dos R$ 301 bilhões da carteira de investimentos analisada pela consultoria, 48% estão em planos BDs, 23% em planos CDs e 29% em planos CVs. Já dos 369 planos da mostra, 36% são planos BDs, 38% são CDs e 26% são CVs.

Análise – Na análise da Aditus, “o mês de junho foi marcado pelo desempenho negativo das principais bolsas globais. A volatilidade continuou presente nos mercados internacionais durante o mês, e teve como pano de fundo o aprofundamento da discussão sobre a possibilidade de uma desaceleração mais acentuada das economias americana e global, como consequência das políticas mais restritivas implementadas pelos Bancos Centrais de países desenvolvidos e emergentes para conter as pressões inflacionárias disseminadas pelo mundo”.

Na Europa, “o Banco Central Europeu anunciou que finalizará as compras de ativos no mês de julho e sinalizou que pretende iniciar seu ciclo de alta de juros em sua próxima reunião, com um passo de 0,25%”. Nos Estados Unidos, “o FED acelerou novamente o ritmo de alta da taxa de juros, para 0,75%, e indicou que elevações adicionais serão necessárias para o horizonte próximo. Nesse cenário, a Treasury de 10 anos encerrou o período a 2,98%. Já os títulos de 2 anos tiveram queda de 12 bps no mês”.

E no Brasil, “as taxas de juros locais voltaram a subir em decorrência das discussões em torno da PEC do aumento do auxílio Brasil e outros benefícios, que indicam um possível “furo” no teto de gastos. Em sua última decisão, o COPOM elevou a taxa SELIC em 0,50%, para 13,25%, e sinalizou um novo ajuste, de igual ou menor magnitude, na próxima reunião”.

Fonte: Revista Investidor Institucional