Gallagher começa a oferecer seguros no Brasil

Meta da corretora é chegar a R$ 2 bilhões em resseguros e R$ 500 milhões em seguros

A Gallagher, terceira maior corretora global de seguros corporativos, gestão de risco e consultoria em benefícios, chega ao Brasil para reforçar sua presença na América Latina. O país era o último grande mercado em que a empresa ainda não atuava. Ao mesmo tempo, a operação brasileira de resseguro ganhará um importante reforço após a incorporação da Willis RE. Anunciado em agosto, o negócio global pode chegar a US$ 4 bilhões. “Com a aquisição, no Brasil, saímos de uma posição entre as cinco maiores corretoras de resseguros para ficar entre as três ou duas maiores.

Sairemos de uma administração de R$ 300 milhões para algo entre R$ 1,2 bilhão e R$ 1,5 bilhão”, diz Luiz Eduardo Araripe, que preside as operações locais da Gallagher RE. A meta é chegar a R$ 2 bilhões em resseguros e R$ 500 milhões em seguros, mas não há prazo para isso. A Gallagher já tem atuações como corretora de seguros no México, no Chile, no Peru e na Colômbia. Rodrigo Protásio, foi escolhido para ser o presidente da operações no Brasil. Protasio foi um dos fundadores da JLT, empresa que foi comprada pela Marsh. Segundo ele, o objetivo Gallagher é chegar entre as três maiores corretoras do país nos próximos cinco anos. A estimativa é que haja mais de 300 clientes do grupo lá fora que, no Brasil, são atendidos por diversas empresas, que representam pelo menos R$ 300 milhões em prêmios. Uma das propostas é desenvolver uma área de riscos especiais, que inclui ramos como aviação, transportes, riscos de engenharia ou cibernéticos.

Neste segmento, a empresa já tem mapeados R$ 100 milhões em prêmios, previstos para os 12 primeiros meses de operação. Segundo Protásio, a empresa se interessou pelo país especialmente após a flexibilização das regras de seguros pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) nos últimos 18 meses. Com as mudanças, o regulador vem possibilitando que o mercado como um todo ofereça produtos customizados aos clientes. “Como chegamos tardiamente, o melhor é fazer diferente e de acordo com as necessidades de cada cliente. O mercado quer alternativas de produtos”, afirma, em
entrevista ao Valor. Assim como nos Estados Unidos, as empresas menores também serão foco da Gallagher no Brasil.

Outra área em que a corretora Gallagher irá atuar é a de benefícios, com ferramentas para acompanhar despesas médicas, e oferta de um trabalho de inteligência para redução de custos pelos clientes. O projeto no Brasil passa por expansão para regiões como Nordeste e Sul. O setor de seguros está ligado ao desempenho da economia, e o ano de 2002 terá mais desafios com as eleições presidenciais. “O Brasil deve continuar a crescer independentemente do cenário político. Estamos olhando para o longo prazo. Os seguros de risco de engenharia vão crescer ano que vem? Acho que não. Mas com relação aos seguros especializados e benefícios, temos muito para fazer no Brasil. Desembarcamos com tecnologia e foco no cliente. Vamos ocupar nosso espaço”, disse.

No Brasil, a Gallagher também tem apetite por aquisições, dizem os executivos da empresa. Entre os focos estão um negócio que viabilize uma expansão regional mais rapidamente ou que possa agregar algum tipo de especialização. “O grupo tem capacidade financeira, o importante é achar oportunidades. Vamos olhar aquisições pontuais, regionais, de especialização, qualquer segmento que agregue valor à carteira”, diz Protasio. Setores de saúde e serviços de RH, por exemplo, são complementares à área de consultoria de benefícios.

Fonte: Valor Econômico