Idade mínima abaixo de 65 anos não resolve déficit, diz Solange Vieira

aposentadoria

Uma eventual reforma previdenciária que estabeleça idade mínima a partir de 65 anos geraria um equilíbrio atuarial “mais ou menos” similar ao promovido pelo fator previdenciário, na opinião de Solange Vieira, ex­-chefe da secretaria de previdência complementar do governo federal. Abaixo disso, haveria um desequilíbrio, segundo a especialista.

“Caso isso ocorra [aprovação de uma idade menor que 65 anos], no próximo ano o governo teria que discutir novamente a reforma. Acho preocupante”, disse Solange no Fórum de Previdência, no Rio de Janeiro. Atualmente, a economista é chefe de gabinete da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Solange foi a criadora do fator previdenciário em 1999 e defende que sua metodologia calcula a aposentadoria igual a um regime de capitalização. “O fator é uma reforma, que uma vez feita não precisa voltar a ter discussões no Congresso”, defendeu. A metodologia leva em consideração o tempo de contribuição, a idade do segurado e sua expectativa de sobrevida, segundo dados anuais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Solange também disse que a regra criada em 2015 para ser alternativa ao fator previdenciário – a fórmula 85/95 – já começou gerando déficit para a Previdência . “O governo optou por uma reforma que piora as contas públicas”, disse.

O presidente do IBGE, Paulo Rabello de Castro, afirmou que o custo político de aprovar medidas radicais é o mesmo de fazer uma “reforma meia boca”. “Chegamos num limite, temos que simplificar e apresentar soluções que realmente sejam para hoje e para o futuro”, disse o economista.

Fonte: Valor Econômico