Filantrópicos buscam capital estrangeiro

filantropiaOs hospitais filantrópicos também querem aproveitar o momento para atrair capital estrangeiro e têm procurado os escritórios de advocacia para se tornarem sociedades com fins lucrativos ­ por meio de um processo de desmutualização.

São negociações super fechadas, segundo um advogado que acompanha uma delas. “A movimentação é grande porque com a abertura para o capital estrangeiro [autorizada pela Lei nº 13.097] vai ficar muito difícil um filantrópico concorrer com um particular, que estará muito mais ágil e com facilidade de captação de investimentos”, afirma o advogado.

A advogada Maria Fernanda de Almeida Prado, do Mattos Filho Advogados, confirma que há interesse de investidores por hospitais filantrópicos. “Tem se discutido bastante o efeito e a forma dessa migração. Há muitos ativos e bons ativos. Sabemos que existe interesse das partes em viabilizar negócios”, diz.

A rede privada de saúde é vista como um mercado muito promissor. Estima­-se que cerca de 80 milhões de brasileiros utilizem hospitais particulares. Lior Pinsky, do Veirano Advogados, destaca que a população está envelhecendo e o Brasil tem a maior cobertura de plano de saúde do mundo, o que desperta o interesse. Presidente da Associação Nacional dos Hospitais Privados (Anahp), Francisco Balestrin, lembra que os representantes das instituições tentavam a abertura para investimentos estrangeiros há 15 anos.

Ele diz que a maioria vem se preparando e investindo, ao longo dos anos, na qualificação dos serviços. O advogado Thiago Sandim, do Demarest Advogados, diz que a procura dos investidores, por enquanto, é maior por hospitais em grandes centros. “Eles buscam escala”, diz. Sandim aposta que os grandes hospitais estarão posicionados até o fim de 2017. Ele chama a atenção ainda para um outro movimento do mercado: da centralização em hospitais regionais. “Ficará mais difícil para os pequenos, municipais, competirem.”