O governo planeja realizar a oferta pública inicial de ações da Caixa Seguridade em novembro deste ano, afirmou ao Valor uma fonte que participa das discussões. A ideia é conseguir levantar R$ 9 bilhões, o equivalente à venda de 30% da empresa, que tem um valor total estimado em R$ 30 bilhões.
O sindicato de bancos que levará a operação à frente já está sendo montado e terá como coordenadores líderes o Banco do Brasil (BB), Bradesco e Itaú. Além disso, já foram acertados que BTG, UBS, Goldman Sachs, Brasil Plural e Bank of America Merrill Lynch também participarão da operação. Até lá, o governo espera fazer ao menos dois testes para avaliar o apetite do mercado por IPOs em empresas do ramo de seguros: a resseguradora IRB Brasil RE e a Par Corretora, que tem exclusividade para vender seguros no balcão da Caixa.
A questão, porém, é que o mercado atual está travado para novas ofertas de ações, por conta da piora na percepção de risco pelos investidores. A aposta do governo, segundo apurou o Valor com pessoas responsáveis por essas operações, é que o pior da crise no mercado financeiro já passou e agora se inicia um processo de recuperação, que deve continuar até o fim do ano.
A expectativa é que o primeiro teste aconteça já em junho, com a oferta da Par Corretora. A empresa registrou, no fim do ano passado, a oferta pública inicial de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e espera levantar R$ 600 milhões. A oferta não diluirá a participação da Caixa Econômica Federal na Par, que será mantida em 51%, conforme o documento registrado na CVM. Depois disso, em setembro, a expectativa é que o IRB realize a sua oferta, segundo uma fonte. A empresa de resseguros espera arrecadar R$ 3 bilhões, o equivalente a 30% do valor estimado para a companhia, de R$ 10 bilhões. O sindicato de bancos que realizará a operação já está montado e será liderado por Banco do Brasil, Itaú e Bradesco.
O resultado dessas duas operações terá um impacto significativo na oferta da Caixa Seguridade. Como disse o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao anunciar a operação, a ideia é fazer a oferta de ações se possível “ainda neste ano”. “Acho que seria a ideia. Temos de ver prazos, condições de mercado, mas a intenção está estabelecida.” A oferta da área de seguros da Caixa segue os passos da BB Seguridade, que arrecadou, em 2013, R$ 11,5 bilhões. A BB Seguridade chegou a receber um prêmio por realizar a maior oferta inicial de ações do mundo naquele ano.
Valor Econômico